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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

ERA UMA VEZ UM CÃO


Mediação de leitura com o livro:








 
 
 
Painel com pinturas feitas com têmpera:
 

CONSCIÊNCIA NEGRA


ANJO NEGRO

Os meninos da Terra são muito estranhos. Eles julgam os anjos pela cor. Gabriel, quando desceu a Terra, sabia disso e se precaveu. Sabia que iria sofrer esse preconceito e cada amiguinho iria querer vê-lo de uma forma. Se fosse preciso ele transformaria seu corpo com sua energia de anjo. Logo que chegou a Terra, uma menina percebeu sua presença. Percebeu também que ele não tinha cor. Seu corpinho era lindo. Seu rosto, suas asas, tudo transparente. Uma transparência maravilhosa. Ela olhou para ele e disse:

-Acho que é um anjo. É sim, um anjinho, mas não deve ser dos bons, se fosse seria vermelho e se fosse vermelho acharia minha boneca.

O anjinho mentalizou, vibrou, pôs energia na sua vontade e se tornou vermelho. Encontrou a boneca da menina. Despediu-se e seguiu seu caminho.

Depois de muito voar, encontrou um menino que disse:

- É um anjo. Mas anjo vermelho eu nunca vi. Bem que poderia ser um anjo verde, anjo da esperança. Então ele iria tirar minha pipa de cima daquela árvore.

O anjinho mais uma vez vibrou e tornou-se verde. Voou até a árvore e libertou a pipa do menino. Achou que aquela cor estava um tanto estranha mas seguiu seu caminho. Voou mais um pouco e novamente encontrou outro menino. Esse olhou para ele com olhos de quem não estava acreditando e falou:

- Que anjo estranho. Talvez seja dessa cor para confundir-se com a mata. Não é feio, mas eu gostaria de um anjo azul... da cor do céu. Sendo azul, ele poderia entrar naquele canal e pegar minha bola que caiu lá dentro.

O anjinho mentalizou a cor azul, um azul muito bonito da cor do céu e no mesmo instante lá estava ele azul e com a bola debaixo da asa. O menino, muito educado, agradeceu ao anjo Foi então que o anjo ouviu um chorinho. Era uma menina. Seu irmão tentando consolá-la disse:

- Não chore, olha, é um anjo.

Com os olhos ainda cheios de lágrimas, ela respondeu:

- Ainda que fosse um anjo preto, eu acreditaria que minha mãe está no céu. O homem mau falou que negro não entra no céu porque anjo é loirinho de olhos azuis.

O anjo comoveu-se ao perceber que o menino negro e sua irmãzinha eram órfãos. Não poderia trazer de volta aquela mulher como fez com a boneca, a pipa e a bola mas naquele momento, ele pôs toda sua energia na vontade de ser preto e se tornou o anjo negro. Para sempre... O anjo de todos os Meninos que sofrem o preconceito da cor.
 
Cada aluno confeccionou seu próprio anjinho com garrafa pet e papel de seda.





 
 
 
BONECAS ABAYOMI: SÍMBOLO DE RESISTÊNCIA, TRADIÇÃO E PODER FEMININO
 
                  Para acalentar seus filhos durante as terríveis viagens a bordo dos tumbeiros – navio de pequeno porte que realizava o transporte de escravos entre África e Brasil – as mães africanas rasgavam retalhos de suas saias e a partir deles criavam pequenas bonecas, feitas de tranças ou nós, que serviam como amuleto de proteção. As bonecas, símbolo de resistência, ficaram conhecidas como Abayomi, termo que significa ‘Encontro precioso’, em Iorubá, uma das maiores etnias do continente africano cuja população habita parte da Nigéria, Benin, Togo e Costa do Marfim.
                  Sem costura alguma (apenas nós ou tranças), as bonecas não possuem demarcação de olho, nariz nem boca, isso para favorecer o reconhecimento das múltiplas etnias africanas.

 
 
Confecção das bonecas pelos alunos:


 










 
 
 
 





 

 
 

sábado, 14 de novembro de 2015

PRINCESA CARA MELO


 CONTAÇÃO DE HISTÓRIA:


A PRINCESA CARA MELO

É dessa vez que uma princesa conta uma história. Aconteceu em Lindolândia, num reino maravilhoso, onde moravam somente pessoas lindas.
Duas crianças, um menino e uma menina, brincavam à beira de um rio atirando pedrinhas na água. Estava muito divertido, mas tenho que contar uma coisa para vocês, no meu reino também tinha uma bruxa invejosa e malvada, chamada Franguxa. Na verdade ela morava noutro reino, lá na Frangolândia, mas esta é outra história. 
A bruxa não se conteve com a beleza das crianças, que além de lindas eram amigas de todos no reino, e lançou um feitiço.
Transformou os dois em pedra. Isto mesmo! Pedra. Vocês ouviram bem. Logo depois fugiu covardemente.
Os pais ficaram sabendo e levaram as pedrinhas para casa, mas elas não tinham rosto, eram apenas pedras. Então, tiveram a ideia de chamar o melhor pintor de todos os reinos para fazer um rostinho em cada uma, para que eles pudessem amenizar a saudade dos filhos enfeitiçados pela invejosa Franguxa.
A mãe arrumou com todo esmero uma caixinha para acomodar as pedrinhas pintadas. O pai muito emocionado, voltou à beira do rio para relembrar momentos felizes que passou com os filhos e encontrou um papelzinho no chão. Era um contrafeitiço. Ele tinha que encontrar noutro reino 1.100 pedrinhas douradas... o papel estava incompleto  e rasgado. 
Despediu-se de sua amada e foi procurar as pedrinhas mesmo correndo um grande risco ao sair de Lindolândia. Poderia ficar feio e nunca mais voltar. Correu o risco pelos filhos e saiu confiante.
Demorou semanas e chegou com as pedras douradas, mas não sabia o que fazer com elas.
É agora que eu entro nesta história. O pai foi procurar-me em meu castelo e disse:
"- Princesa Cara Melo, ajude-me, por favor!"
 Analisei o livro de contrafeitiços do reino e descobri o que fazer com as pedrinhas.
Disse-lhe, com toda firmeza, para voltar à beira do rio e jogá-las uma a uma na água que tudo voltaria ao normal.
Isto feito voltou correndo para casa e encontrou os filhos sorridentes e felizes. Ufa! A Franguxa foi derrotada mais uma vez.






  A princesa fez sucesso!











Pintura com lápis de cor



Pintura com têmpera nas pedrinhas